Durante o 1° semestre do ano 2011 foi organizado com os alunos e os professores da EJA – Educação de Jovens e Adultos da Escola Municipal Professora Mary Sampaio Caparica o Projeto "Resgatando a Cultura Local”. Auta Tânia, Diretora da escola fez abertura do evento que contou com as presenças da Coordenadora da SEMED do Setor da EJA – Ana Márcia e a Coordenadora da Educação do Campo – Jeane Vieira nesta brilhante devolução das atividades realizadas e prestigiaram todo o evento.
Participaram do projeto as comunidades tendidas pela escola e cada aluno trouxe algo para apresentar da cultura daquela localidade, a exemplo da comunidade do Cedro que trouxeram o Reisado como cultura quilombola, a comunidade do Olho D'água do Bonifácio trouxe a cultura do artesanato e a religiosidade falando sobre São Basílio Magno, a comunidade da Serra da Mandioca trouxe a cavalhada como cultura local, a comunidade do Bonifácio explicou para todos a cultura religiosa com a história de São Sebastião.
Por último a comunidade do Povoado Buenos Aires com o professor Josenildo que trouxe a Negra da Costa do Município de Quebrangulo – que tem além de uma história em todo o Estado Alagoano, características marcantes, como: trajes, música, formação coreográfica, bem como a presença da boneca preta ou calunga, carregada geralmente pelo "pai véio". Não se pode determinar a data que apareceu pela primeira vez o folguedo em Quebrangulo. Os antigos participantes, assim, como Elias de Capita e Zé Preto, afirmavam que a antiga sede da brincadeira, era na Baixa da Quixaba (rua 13 de Junho). O chefe mais antigo era Antônio Basílio, depois a batuta passou para Zé Preto, posteriormente para o Velho Bené, Paulo Gouveia e atualmente o diretor é Ozeinha Tenório. O folguedo consiste em um grupo de homens com o rosto e braços pintados de preto com carvão vegetal, vestidos de baianas, com roupas alvíssimas, enfeitados de rendas, bicos, e para completar a indumentária um torso, brincos, pulseiras e anéis de miçangas. A coreografia consiste em danças do tipo "samba de matuto", bem no estilo do baianal. Os dançarinos formam como as baianas e os pastoris, dois cordões, tendo no centro "pai véio" e a "mãe véia". A "mãe véia" traz na cabeça um balaio cheio de flores e frutos, e o "pai véio" carrega nos braços a calunga. Os instrumentos musicais que acompanham os cantos e danças, são formados por ganzás e reco-reco, outrora usavam-se: ganzá, cuíca, pandeiro e reco-reco. Os integrante do grupo obedecem ao dirigente, e tem a ele verdadeiro respeito. Do folguedo outrora participavam apenas, agricultores e pedreiros, atualmente o grupo é muito variado e jovem, consta de onze participantes e um dirigente.
Em geral as letras das músicas são formadas por quadrinhas bem interessantes, mas, variam, há às vezes o improviso, dependendo do grupo participante e do pendor artístico deles. Entre as dez letras, duas delas tem inspiração em quilombos, folguedo que há 15 anos atrás, era muito aceito e praticado na localidade.
Abre esta porta prá lá Nega da Costa passá
Nega da Costa quem vem ver
Apanhar macaiba prá vender
Nega da Costa que anda fazendo
Ando na rua comendo e bebendo
Apanhar macaiba prá vender
Nega da Costa que anda fazendo
Ando na rua comendo e bebendo
A minha saia
É de renda é de bico
Apanha laranja
No chão tico-tico
É de renda é de bico
Apanha laranja
No chão tico-tico
As menina me chama
Seu Paturi
Bota a mão nas cadeira
E deixa bolir
Seu Paturi
Bota a mão nas cadeira
E deixa bolir
Ou Nega Véia só é Ana
Amarra a saia com gitirana
Ou Nega Véia só é Ana
Amarra a saia com gitirana
Amarra a saia com gitirana
Ou Nega Véia só é Ana
Amarra a saia com gitirana
Ou Nega da Costa é Adão
Nega do pé espalhado
A Nega aterra os passo
Apanha no meio do quadro.
Nega do pé espalhado
A Nega aterra os passo
Apanha no meio do quadro.
Atirei com a pistola
Na boca de um bacamarte
O amô que não for firme
É bom que a pistola mate.
Na boca de um bacamarte
O amô que não for firme
É bom que a pistola mate.
Músicas inspiradas em quilombo:
Folga Nega, branco não vem cá
Se vier pau é de levá
Folga Nego, branco não vem cá
iririca faca de cortá
Se vier pau é de levá
Folga Nego, branco não vem cá
iririca faca de cortá
Estácio tá na cadeira
Chorando que nem pagão
Chega Estácio
Branco não vem cá
Se vié, pau é de levá.
Chorando que nem pagão
Chega Estácio
Branco não vem cá
Se vié, pau é de levá.
PARABÉNS A TODOS OS ALUNOS E PROFESSORES ENVOLVIDOS.
Auta Tânia – Diretora / Eunícia Gonçalves – Vice-Diretora – Nadjane Coordenadora
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